domingo, 25 de maio de 2008

Don't Panic

Ele sempre respondeu bem a mudanças. Todas as vezes que jogou tudo para o alto e seguiu por um novo caminho, ele logo encontrou um ponto de equilíbrio.
Ponto de equilíbrio. Era isso que buscava agora. Ele sempre sabia como lidar com as mais diversas situações e como se safar das piores delas. Apesar de sua momentânea falta de equilíbrio, de sua efêmera imobilidade, ele sabia o que fazer. Como sempre, ele tinha um plano e seguiria ele até conseguir o que queria.

Ele sabia onde estava a sua toalha.


"Vivendo e aprendendo. Ou só vivendo.
E entrando em pânico"

sábado, 24 de maio de 2008

Carthago delenda est

Tudo o que ele queria era ir embora. Deixar tudo o que o machucou e todos aqueles relacionamentos que um dia vivera pra trás. Queria uma nova chance para aquela vida que ele tanto esperava.
Não aguentava mais olhar para o lado e ver aquela que ele não ama mais ou aquela que nunca amou ou vai amar. Nesses últimos tempos nunca esteve sozinho, mas também nunca completo. Sentia falta de algo que não podia encontrar onde já conhecia.
Bastaria uma chance, uma mísera chance de quebrar essas grades e correntes que o prendem ao seu abismo e voar. Voar até onde as suas asas toscas e mal-feitas o possam levar. Já não importaria mais se, qual Ícaro, suas asas não aguentassem a altura que ele deseja voar.
Tudo o que queria era não continuar vivendo a vida com esse risco calculado. Queria seguir a sua vida como um trapezista em um salto sem rede de proteção, um navegador sem estrelas.
Só lhe faltava um motivo, um mísero motivo para largar tudo, quebrar as suas correntes e ir embora. Só lhe faltava um sorriso, um gesto, uma palavra.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

"O que você está pensando agora?"

"O que você está pensando agora?" - era o que ela sempre perguntava quando ele ficava quieto por um tempo, olhando para ela ou então passando a ponta dos dedos pelo rosto dela, como quem tenta guardar na memória cada detalhe de algo lindo e frágil. E era o que ele nunca conseguia responder.
O que ele pensava? Pensava em como ela conseguia ser tão perfeita em cada centímetro quadrado de pele que ele via e tocava. Em como ela conseguia ser tão linda quando com sono, quando estava sorrindo ou tímida.
Pensava em dizer o quanto sentia por ela, em pedir para que ela ficasse ali, com ele, o resto de sua vida. Mas a sua boca o traía, o medo de ser precipitado o calava. Não conseguia falar o que pensava quando olhava para ela.

Pensava se, depois de tanto tempo, teria encontrado a pessoa certa.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Nihil lacrima citius arescit

Ele tinha fama de não se abalar caso algum relacionamento seu não desse certo. Mas não era bem assim. Ele sempre tinha um plano B, um bote salva-vidas caso o barco naufragasse.
Dessa vez não foi diferente. A sua segurança quando tudo desabou, o seu semblante frio enquanto ela ia embora só mostrava que aquilo não era o fim do mundo. Pelo menos não para ele. A vida continuava, e ele sabia como tocar adiante.
Ele sempre tinha um plano B. Ele nunca mergulhava de cabeça sem saber a profundidade. Ele só não sabia se isso era bom ou ruim.

"...as pedras do caminho deixe para trás
esqueça os mortos, eles não levantam mais..."

domingo, 4 de maio de 2008

Voltarás ou me deixarás morrendo?

Esta espera era o que o estava matando. Toda frase desconexa que ouvia, animava-o ou desanimava-o. A cada palavra que ouvia dela ou de qualquer pessoa que a conhecesse, ele sentia se aproximando ou afastando dela. Já não aguentava mais.
Queria entrar na cabeça e no coração dela e mudar tudo o que precisasse ser mudado. Só para que os dois ficassem juntos.

Já não sabe se ela voltará ou se o deixará morrendo.

Seria tão simples e tão perfeito.