domingo, 11 de outubro de 2009

Lisbela

Te ver sempre assim, tão linda e tão perto de mim só aumenta ainda mais o sofrimento de não poder te abraçar, te beijar, te fazer feliz. Era tudo o que eu queria.
Eu quero te você pra sempre, do meu lado. Eu quero o som do teu riso como a música da minha vida. Quero que o teu rosto seja a primeira e a última coisa que eu veja todos os dias. Os teus beijos, os teus abraços, os teus sorrisos... todos eles para mim.
Eu quero a sorte de ser o teu amor.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vento e Tempestade

Vai embora! Sai de mim: eu já sei todos os seus truques, todos os seus encantos já não me levam mais. A sua magia acabou, estou livre de você! Sai! Hoje você não vai mais ver nenhuma lágrima a escorrer pelo meu rosto - você não a merece!
Vai embora! Não quero mais sofrer! Hoje eu já sei que não posso retribuir indiferença com amor, mesquinhez com compreensão. Não serei mais eu a te salvar de todos os problemas que você procura: você está sozinha agora! E eu estarei longe, sendo feliz sem você.
Você só colheu o vento que você plantou.

Adeus você!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Feito passarinho...

Sentia que agora era a hora de ser feliz: não tinha mais nenhuma semelhança com aquela pessoa que outrora fora. Tudo o que o uniria àquele passado que teimava em voltar deixou de existir. Estava livre.
Já não existiam quaisquer grades, correntes ou prisões; era livre para buscar aquilo que sempre quis mas nunca conseguiu encontrar. Estava livre e se sentia bem por isso. Queria agora abraçar o mundo com todo aquele sentimento que guardava dentro de si e ninguém mais poderia impedí-lo. Era livre. Ficava feliz por isso. E estava pronto para o próximo passo.

"...manda avisar que este daqui tem muito mais amor pra dar..."

domingo, 19 de julho de 2009

Em círculos

Pra que viver assim, no passado, o tempo todo? Pra que andar sempre em círculos, repetindo sempre e sempre os mesmos erros de antes? Você precisa mudar isso, dar um novo rumo pra sua vida! Conhecer novas pessoas, viver novas histórias, cometer novos erros... Chega de viver assim, sem sentido, sem rumo, sem paz.
E agora levante! Vá em frente! Siga o teu caminho! Você precisa disso! Expulse todos os fantasmas da sua vida e siga adiante! Chega de andar em círculos! Chega de viver no passado!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Como uma Lembrança de um Tempo Bom

E agora que eu finalmente tinha encontrado um mundo que pudesse ser meu, você reaparece, querendo me trazer de volta ao seu mundo, ao seu controle? Agora que eu finalmente tinha decidido que iria te deixar pra trás, somente como uma lembrança de um tempo bom - como algo que vai embora e não pode mais voltar - você decide me fazer desenterrar tudo aquilo que eu senti e que tenho medo de sentir de novo?
Eu não sei onde você quer chegar. Eu não sei até onde o teu carinho é verdadeiro, se a tua boca espera a minha, se o teu corpo quer o meu. Mas tudo isto que aconteceu só me fez querer ir cada vez mais fundo, me fez querer me perder cada vez mais em você.
Ter o seu corpo perto do meu sem poder tocá-lo faz o chão sumir sob meus pés, ter a sua mão ao alcance da minha sem poder segurá-la deixa o meu mundo um mais frio, ter a sua boca tão próxima da minha e não poder beijá-la é como se não tivesse ar para respirar.
Você sabe que quero pular, Mariana. Por favor, não me deixe cair no precipício.

sábado, 27 de junho de 2009

Espelho Quebrado?

Espelho Quebrado pra mim significa uma imprecisão, um reflexo errado e fragmentado da realidade. Afinal, um espelho quebrado vai mostrar o seu reflexo, porém um reflexo fragmentado e que, se juntar todos eles, o resultado não vai ser exatamente a realidade - além de, é claro, como todo espelho, invertido.
O mesmo vale para estes textos que agora estão aqui. Todos eles mostram uma parte pequena da realidade - ou uma imagem distorcida dela - desde março do ano passado. Porém, se você juntar todos estes fragmentos, o resultado não será a realidade, talvez nem sombra dela.
É pra isto que estou criando este blog, para mostrar fragmentos - que, como eu costumo dizer, metade é inventado, metade é uma realidade fantasiosa - de um ponto de vista da realidade. E este ponto de vista nem sempre - ou melhor, quase nunca - mostra uma boa visão do todo. Só mostra um lado da história, ou do que deveria ter acontecido.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Chega de Saudade

Eu não vou negar: eu sinto a sua falta, e muito. Desde que você foi embora por aquela porta, olhando para trás com olhos que pediam que eu te impedisse de ir, eu não paro de pensar em você. Mas eu não podia te impedir de ir embora, como eu não poderia te pedir pra voltar. E agora nós dois tentamos fugir das lembranças, tentando apagar tudo o que nós dois somos na vida um do outro. E eu não sei se consigo: tudo me lembra você, tudo me faz querer voltar correndo para os teus braços. Até as menores coisas estão tão intensamente cheias de você que até respirar me traz você no pensamento.
Mas nenhum de nós dois seguiu o combinado. A gente deveria ir embora, sem olhar pra trás e sem querer voltar, por mais doído que isso fosse. E nós dois deveríamos ser felizes, sem sentir falta um do outro nunca mais. Mas eu não consigo mais dormir sem seus braços ao meu redor. Eu não consigo mais sorrir sem o seu sorriso. Eu não consigo mais viver sem você ao meu lado. 


Vai minha tristeza
e diz a ela que sem ela não pode ser
diz-lhe numa prece
Que ela regresse porque eu não posso mais sofrer.

Chega de saudade
a realidade é que sem ela não há paz,
não há beleza, é só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...
[Tom Jobim e Vinícius de Moraes - Chega de Saudade]

segunda-feira, 16 de março de 2009

Cartas que eu não mando

Em primeiro lugar e acima de tudo, eu quero dizer que não fiz nada disso pra te machucar. Nada. Eu errei, de novo, como tantas vezes eu errei com você e você comigo.
Te ouvir no telefone com voz de choro foi difícil pra mim. Ainda mais por algo que eu sei que foi culpa minha e que eu teria que ter evitado. Aquilo me deixou mal, me fez perder o sono pensando nisso. Até agora, eu ainda não consegui tirar isso da cabeça. Eu só espero que você consiga me desculpar por causa disso e que você entenda que a minha intenção nunca foi te machucar. E que cada vez que eu te machuco, acaba doendo mais em mim depois.

E agora está doendo. A dor do arrependimento, a dor de quem sabe que fez a coisa errada. A dor de quem sabe que ainda vai errar mais.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Como um piscar de olhos

Ele fechou a mala com um suspiro. 
Estava indo embora daquele lugar que por tantos anos foi a sua casa, o seu porto seguro. Agora iria navegar, sem um rumo certo nem planos. Mas no fundo, sabia que, se precisasse, se, por uma fração de segundo, sentisse sozinho, tudo o que precisava era pensar no lugar que ele estava deixando que tudo se acalmaria. 
Não sabia se queria ir ou não, talvez não agora. Fosse há umas duas semanas, teria ido com um sorriso nos lábios e o coração batendo forte de expectativa. Mas não agora. Não depois do que aconteceu nos últimos dias. E agora, que conseguiu tudo o que mais desejara nestes últimos tempos, tem que deixar tudo pra trás. Queria levá-la consigo, de corpo e alma, mas tudo o que carregava eram as lembranças e o que sentia por aquela menina que conhecera há dois dias.
Dois míseros dias. Seus dois últimos dias naquele lugar, quando tudo o que queria era cortar os seus laços, desatar todos os nós que o prendia, ela apareceu. Ela apareceu, com aquele sorriso capaz de derreter o mundo, com aqueles olhos que pareciam que enxergavam a sua alma, com aquelas mãos leves e macias que o seguravam sem querer. Tudo aquilo acabara com a sua vontade de ir embora. Queria ficar, transformar aqueles dois dias em dois meses, dois anos, duas vidas.
Mas agora teria que ir. Com o coração apertado de quem não vê a hora de voltar, contando os passos para saber, na volta, quando estiver chegando. Queria guardar aqueles momentos como que paralisados, congelados, parados no tempo, para que, quando voltasse, pudesse continuar tudo de onde parou, como se tivesse apenas piscado seus olhos.
Levava no coração e nas fotos os sorrisos, as lembranças, os lugares e as pessoas que o faziam melhor. Levava no peito uma saudade sem tamanho do que ainda estava por perto, uma saudade que, não raro, quase o deixava sem ar. 

Levava nas mãos tudo aquilo que podia carregar e deixava ali tudo o que queria levar consigo. 

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Mariana

Ele se sentia estranho admitindo isso, porque sempre afirmou o contrário: há muito tempo ela tinha e tem um certo poder sobre ele. O simples nome de Mariana o fazia estremecer; vê-la, mesmo ao longe, fazia o seu coração parar de bater por alguns segundos; cada palavra dela era como música para os seus ouvidos e quando ela sorria para ele, ah... o mundo poderia acabar naquele momento que, para Eugênio estava tudo bem. "Um sorriso capaz de derreter o mundo" e fazer tudo parecer mais belo por alguns segundos. Sim, ele ainda estava nas mãos dela, por mais que sempre negasse.
Bastava uma palavra, uma simples e breve palavra para que ele se soltasse de todos os laços que o prende, para que ele se livrasse de todas aquelas promessas e palavras duras ditas na direção de Mariana. Bastava um simples gesto, que Mariana poderia levá-lo para onde ela quisesse. Bastaria um sorriso, um simples sorriso, para ela derreter o seu coração.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Desde Aquele dia

E naquele quarto escuro, ele não conseguia dormir. Todas as janelas dos prédios vizinhos se apagando enquanto Eugênio, como em transe, olha para o nada sem cessar. O silêncio é tão gigantesco, tão pesado que o único som que se ouve são as batidas do seu coração em disparada: no dia seguinte seria a primeira vez que a veria desde aquele dia.
Aquele dia. Como iria olhar nos olhos dela depois de ter, enfim, tido coragem de dizê-la tudo o que sempre queria ter dito mas sempre calara. Sempre calara com medo daqueles olhos azuis e fortes, marcantes e frios, com medo daquele sorriso um tanto irônico e daquele coração gelado. Gelo que naquele dia derretera.
Como olhá-la do mesmo jeito depois de descobrir que aqueles olhos sempre o olharam com um certo desejo, que aquele coração gelado batia por ele? Como, depois de descobrir que aquele sorriso era uma senha, pedindo que ele a tocasse?
Como, agora que a sua alma se perdeu naqueles olhos, que a sua boca tocou aqueles lábios? Como, agora que mãos e corações se uniram para sempre?

E agora, como ele iria conseguir olhá-la sem tocá-lá, beijá-la, amá-la? Nunca mais conseguiria. E nem queria conseguir.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Retrovisor

Ter que ir embora e te deixar é sempre a pior parte. Olhar pelo retrovisor e te ver, ali, parada no meio da rua com lágrimas nos olhos, me vendo sumir no horizonte me faz querer ficar para sempre. Mas já não posso ficar: o meu lugar não é mais ao seu lado.
Uma distância gigantesca se abre entre nós dois agora. Uma distância que sempre existiu mas que nós dois sempre tentamos esconder - dos outros e de nós mesmos. E agora esta distância ficou maior do que nós dois, como se vivêssemos em mundos diferentes. E foi você quem quis assim.
Foi você quem quis manter esta distância segura, como um abraço curto. Sempre foi você que, com este seu medo de se entregar, construiu este muro entre os nossos lábios.
E agora a ponte caiu, a porta fechou, a voz se calou.


"...é sempre mais difícil dizer adeus
quando não há nada mais pra se dizer..."

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Eco de Antigas Palavras

Como é que eu posso ir embora agora? Se para onde quer que eu olhe é você que eu vejo, como posso ficar longe? Se os meus olhos agora são teus e te seguem para onde for, como vou fazer quando não puder mais te ver?
Como, se ainda sinto o seu corpo sob o meu e a sua boca na minha? Se ainda carrego comigo as marcas da noite passada, como posso te esquecer? Se os meus braços ainda enlaçam a tua cintura, me diga como posso sair.
Se você deixou as tuas coisas aqui em casa, como não esperar que você volte? Como não olhar para a porta, esperando te ver abri-la, com um sorriso nos lábios? Como não querer te ouvir dizer que tudo voltou ao que era antes?

Como, se ainda sinto a tua presença aqui?


"Se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair"