sábado, 24 de maio de 2008

Carthago delenda est

Tudo o que ele queria era ir embora. Deixar tudo o que o machucou e todos aqueles relacionamentos que um dia vivera pra trás. Queria uma nova chance para aquela vida que ele tanto esperava.
Não aguentava mais olhar para o lado e ver aquela que ele não ama mais ou aquela que nunca amou ou vai amar. Nesses últimos tempos nunca esteve sozinho, mas também nunca completo. Sentia falta de algo que não podia encontrar onde já conhecia.
Bastaria uma chance, uma mísera chance de quebrar essas grades e correntes que o prendem ao seu abismo e voar. Voar até onde as suas asas toscas e mal-feitas o possam levar. Já não importaria mais se, qual Ícaro, suas asas não aguentassem a altura que ele deseja voar.
Tudo o que queria era não continuar vivendo a vida com esse risco calculado. Queria seguir a sua vida como um trapezista em um salto sem rede de proteção, um navegador sem estrelas.
Só lhe faltava um motivo, um mísero motivo para largar tudo, quebrar as suas correntes e ir embora. Só lhe faltava um sorriso, um gesto, uma palavra.

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