sábado, 5 de julho de 2008

Das Orangenmädchen

Não. Eu não deixaria de participar deste jogo por não poder aceitar as regras.

Mesmo que fosse por um breve período, uma fração mínima de tempo e espaço, eu não conseguiria me negar de participar deste conto de fadas. Por mais bruscamente que me tirassem o gosto do néctar da boca eu não poderia deixar de prová-lo.
Por mais que eu soubesse que a garota das laranjas, a menina do violino, a menina com uma flor iria embora de repente, eu jamais poderia deixar de provar o seu abraço, seu sorriso, suas lágrimas. Por mais que me machucasse quando fosse embora, tê-la, por um segundo ao menos, já me faria ver que valeria a pena passar o resto do tempo sentindo nada além da falta que faz.
Não me importaria a saudade - que só mostra que o que passou deixou marcas profundas e sublimes - se eu pudesse ter sentido por um momento que fosse.

Eu não escolheria não sofrer a dor da partida se isto significasse que eu nunca iria sentir a presença de uma garota das laranjas. Que eu nunca iria ver "um sorriso capaz de derreter o mundo" ou sentir a sua mão na minha inesperadamente.
Eu aceitaria as regras em troca de poder sentir. Não me importaria de passar a eternidade inteira sentindo a falta se soubesse - e sei - que o breve período valeria a pena.
Saber que tudo vai acabar de repente só me faz ter a vontade de aproveitar tudo em seus mínimos detalhes e sentindo o sabor - doce ou amargo - para ter pra sempre na lembrança.

Eu preferiria a dor e saudade infinitas de saber que não passará de uma lembrança do que já não mais será ao entorpecimento inútil do não-sentir.

"Um sorriso tão cálido, um sorriso capaz de derreter o mundo, e se o mundo o tivesse visto, todas as guerras e hostilidades do planeta cessariam no mesmo instante, ou pelo menos se estabeleceria uma prolongada trégua."


Esta é a minha resposta. E a sua?

Nenhum comentário:

Postar um comentário