quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Cinco Minutos

Era sempre a mesma história, como um livro já gasto das tantas vezes que foi lido. Há tempos se sentia assim: a cada cinco minutos, a cada olhar trocado com uma desconhecida. Se apaixonava com uma facilidade incrível, seja por uma foto, uma personagem de um filme ou uma quase-desconhecida que mora ao lado. Mas nunca ia além daquilo. Se chegasse um dia a conhecer todas estas mulheres pelas quais se sentiu atraído por uns cinco minutos, perderia este sentimento em alguns meses, por mais perfeitas que elas fossem.
Sentia que a sua atração era pela perseguição, pela conquista, por aquelas que ele não conhece ou chegaria a conhecer. Tudo aquilo que conquistava, tudo aquilo que conseguia, perdia a cor, perdia a graça. Perdia o encanto.

Sentia que sempre seria assim. Sentia que não seria feliz com aquilo que possui e que sempre teria um espectro de felicidade buscando aquilo que julga querer ter. E que assim vai ser, até que alguém consiga fazê-lo enxergar uma beleza que ele nunca chegou a ver. Até que alguém o faça querê-la até o fim, mesmo depois de conquistá-la algumas vezes.


"...40 dias no espaço, em algum planeta deserto,
Talvez de lá eu consiga voltar a ver o que eu não vejo de perto..."

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